Triste coincidência chama a atenção nesse início de setembro. Há que lembrar, é claro, do 11 de setembro chileno: aqueles acontecimentos foram muito tristes para a democracia do Chile e para o povo sul-americano.
Hoje, 12 de setembro, um outro governo de esquerda é ameaçado pelos interesses de uma oligarquia tacanha e por apoiadores que, no mínimo, têm pouco apreço pela democracia.
Se Allende tinha dificuldade para governar por ter menos que cinquenta por cento dos votos válidos, e isso é longe de ser atenuante para o crime praticado contra seu governo, o de Evo conta cerca de 65% de amparo dos votos bolivianos.
Vendo o problema aqui do Brasil, não fico surpreso porque não espero nada mesmo dos jornais brasileiros, mas é triste ler as abordagens sobre esses atos anti-democráticos na Bolívia. Todos os jornais abriram espaço, com textos e convites a especialistas ao problema da remessa de gás da Bolívia ao Brasil, prejudicada pelos vândalos da direita boliviana. O ministro entrevistado pelas rádios e TV's não foi o de Relacões Exteriores, mas o amigo do Sarney e Ministro da Energia Edson Lobão.
E, poxa, o que é ser de direita na Bolívia hein? O país é o mais pobre do continente, apresenta uma super desigualdade social-econômica entre índios e não-índios. Os governos de direita e liberais que antecederam o de Evo dilapidaram os cofres, mesmo diminuindo o Estado com as privatizações. No fim das contas, ainda saíram assassinando pobres sob as ordens do Gonzalo Lozada, que mora, é claro, nos EUA.
Penso até que essas agitações atuais não terão força para abrir caminho para um golpe de Estado. Os países da América do Sul, em especial os mais importantes, Brasil, Argentina, Chile e Venezuela, além de Uruguai, já se anteciparam ao afirmar que não reconhecerão qualquer governo que se imponha ao governo democraticamente eleito. Além disso, as sanções econômicas que o Brasil e a Argentina podem imputar a um governo golpista seriam muito grandes.
Entretanto, acho que o jogo deles é mesmo ficar mexendo sempre para atrapalhar o Governo do Evo, de olho nas eleições seguintes.
Boas energias ao Evo e ao povo da Bolívia!
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Um comentário:
ele está seguro em Niterói.
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