segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Vasco: o blog é vascaíno!

Nesse domingo, o Vasco foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Como alguns posts anteriores apontam, esse blog é vascaíno. Não é necessário dizer que foi triste o dia. Mas arrisco a dizer que não foi tanto! Não sei se por achar que ser rebaixado não é a pior coisa do mundo a acontecer com um grande clube ou por ter enxergado essa possibilidade ir crescendo com o desenrolar do campeonato. Alguns sinais apontavam a queda!
O embate político entre os retrógrados euriquistas e a nova diretoria realçou toda a fragilidade da estrutura de futebol do clube. A nova diretoria que capitaneou uma mudança na estrutura política vascaína foi, ao longo desse ano, sabotada pelas peças remanescentes da estrutura antiga de Eurico Miranda. Sem tempo e dinheiro para reagir a isso, a tarefa do Dinamite e colaboradores ficou mais complicada ainda.
O time era realmente muito ruim. A zaga seria reserva no glorioso Mirante do Amazonas: não estaria no nível do nosso beque Diego.
O rebaixamento veio. Agora é virar o jogo! Acho que isso pode ser uma refundação do clube, um processo ritual (a série B) que pode culminar no ressurgimento de um gigante do futebol, tendo como um dos pilares a aproximação entre quem é Vasco e o clube.
Noutro dia, escrevi sobre o livro "Veneno Remédio" do José Miguel Wisnik. A idéia que ele desenvolve do princípio básico do futebol é fabulosa e eu, mais uma vez, reproduzo aqui: "O futebol pode ser visto como um sistema simbólico que traciona o imaginário colocando-o aparentemente à beira de um precipício: o real da perda". Ou seja, quem joga está sujeito a ganhar e a perder.
A perda da qual o autor trata, a derrota, pode ter também inúmeros significados. De quantas derrotas gloriosas o futebol é feito? De minha parte, a despeito das inúmeras vitórias e títulos que eu pude comemorar do Vasco (três Brasileiros, seis Cariocas, uma Libertadores, uma Mercosul, um Rio-São Paulo) desde a meninice, foi uma derrota que me fez perceber que era vascaíno. Eu era tão novo (devia ter uns cinco anos) que não lembro contra que time o Vasco jogava. Lembro simplesmente dos detalhes que me moviam: o Vasco precisava de um empate para passar à fase seguinte. Meu pai, eu e meu irmão assistíamos ao jogo pela pequena televisão do meu quarto. Cada um dos pequenos via o jogo de pé sobre as camas e o meu pai de pé entre eles. O jogo chegava perto do fim e a pressão do adversário era grande até que um chute despretensioso de um atacante rival vence o goleiro Acácio. Um frangaço! A partida já ia tão perto do final que nenhuma reação foi possível. Depois da saída de bola do meio-campo, o juiz apitava seu fim. Eu e meu irmão choramos! Meu pai tentava nos consolar, mas era inevitável: éramos vascaínos!
Foi assim que se fundou essa relação minha com o Vasco. Nasceu de uma perda, de uma dura derrota! Dessa forma, todas as derrotas doídas do Vasco são, em meu arsenal emotivo, reencenações um pouquinho mais equilibradas daqueles momentos. No domingo, sofri com mais uma!
Há, é claro, a parte boa de torcer para um clube, as vitórias. E se todas as derrotas são pequenas reinterpretações daquele dia trágico, as vitórias ora se aproximam à sensação do gol do Cocada em 88 sobre o Flamengo (nesse caso, os três choraram de novo, mas de alegria) ora aos momentos finais de uma vitória nossa sobre o Flamengo num Vivaldão, em Manaus, lotado de vascaínos felizes!
Outras derrotas virão! Mas as vitórias vêm também! Que venham mais agora!
Saudações cruzmaltinas,

6 comentários:

Anônimo disse...

Blog rebaixado! Cuidado com o Guarani e o Duque de Caxias.

Anônimo disse...

Comente o livro do Bolaños ter sido escolhido o melhor do ano pela revista Time.

João da Ega disse...

Agora que foi pra Time não tem graça!

João da Ega disse...

Na verdade é Bolaño!
grande abraço
Lembrai do 10 a 0 do 22 de novembro!

Anônimo disse...

Bolaños é o Chaves. Dá na mesma.

Anônimo disse...

Bolaños é o Chaves. Dá na mesma.