No diálogo com um homem do futuro sem nome, Eudoro Acevedo, personagem de Borges, assim fala de seu tempo:
“No meu curioso ontem, prevalecia a superstição de que entre cada tarde e cada manhã acontecem fatos que é uma vergonha ignorar. O planeta estava povoado de espectros coletivos, o Canadá. o Brasil, o Congo Suíço e o Mercado Comum. Quase ninguém conhecia a história prévia daqueles entes platônicos, mas, sim, os mais ínfimos pormenores do último congresso de pedagogos, a iminente ruptura de relações e as mensagens que os presidentes mandavam, elaboradas pelo secretário do secretário com a prudente imprecisão que era própria do gênero. (...) No ontem que me tocou, as pessoas eram ingênuas; acreditavam que uma mercadoria era boa porque assim o afirmava e repetia o seu próprio fabricante. Também eram freqüentes os roubos, embora ninguém ignorasse que a posse de dinheiro não dá maior felicidade nem maior tranqüilidade.” (Borges, Jorge Luis “A utopia de um homem que está cansado in: O Livro de Areia)
sábado, 4 de abril de 2009
o tempo
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3 comentários:
O Congo Suíço nunca existiu.
o que importa é o tempo!
tempo é dinheiro.
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