sábado, 13 de janeiro de 2007

em setembro no Brasil (13/09/2006)

A vida vai seguindo pelo mundo. Aqui no Brasil, vive-se um momento pré-eleições. Depois de um tempo de determinada letargia nas campanhas dos candidatos políticos, parece que o caldo começa a esquentar.As acusações de corrupção ao governo Lula e PT voltaram à tona. O candidato tucano, que parecia imune às pressões internas ao PSDB e pefelistas pela citação de denúncias, cedeu e passa a atacar duramente a figura do presidente numa última cartada para subir na preferência do eleitorado brasileiro. Sua intenção parece, entretanto, condenada ao malogro. Sucessivas pesquisas mostram dia após dia que a escolha dos brasileiros está feita. Há, diferente das outras eleições, pouquíssima variação nas intenções de voto.E o motivo mais aparente para isso é a comparação pragmática entre o governo de Lula e a era FHC. A maioria prefere o atual presidente.E esse fenômeno é paradigmático para fazer pensar sobre a seguinte questão: no Brasil, é comum se falar no alcance das idéias de um determinado segmento da sociedade conhecida como sendo os "formadores de opinião". Entretanto, o que se observa nas atuais eleições é a falta de alcance das palavras e urros dessa minoria, ou mesmo a irrelevância (para a maioria) do seu discurso.Mais ainda, o que é possível perceber é um caminho num sentido distinto: a maioria parace influenciar a minoria. Os segmentos populares foram (e continuam a ser) amplamente favoráveis à reeleição de Lula mesmo na época do aparecimento e da ênfase midiática ao que ficou conhecido como "mensalão", a classe média se manteve reticente. Agora, chamada ao debate, a segunda parece se render à comparação objetiva entre os governos petista e tucano, ajudando a catapultar Lula ao segundo mandato.Entre outras coisas, é por isso que FHC esperançoso de se ver livre da pecha de resposável por mais uma derrota tucana, publicou a tal carta aos eleitores brasileiros, na qual faz duras críticas a posturas adotadas pelo PSDB e lamenta e inexistência de uma figura que ateie fogo à campanha. Parece-me que o tiro saiu pela culatra: todos perceberam tal intenção e FHC vai ter que "andar de lado" por mais um tempo.Enfim, é possível que a população brasileira tenha passado a avaliar mais objetivamente os avanços (sociais e econômicos) que os variados vernizes políticos conseguem imprimir, para compará-los e então decidir, estando menos afeita às influências midiáticas (lembrem o caso do debate entre Lula e Collor, editado pela Globo), e às visões dos tais "formadores de opinião".Penso aqui no Jô Soares, que para mim não passa de um bonequinho de ventríloquo, tentando entender: "Ah, mas depois de tudo que falei e esperneei..."

Nenhum comentário: